O que amedronta mas também tranquiliza

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Tão natural seus olhos cerrados, o modo como nossos olhares se alinham e nossos corações entram em um pulsar uníssono. Parece que o olfato se aguça juntamente com todos os demais sentidos e eu me perco em seus braços do mesmo modo que meu corpo tem o encaixe perfeito dos seus ombros, do seu peito, das sua mãos. Procuro respostas para a sincronia dos nossos corpos,  todas elas em vão. Compadeço-me das almas alheias que porventura não tiveram o exorbitante fascínio de conhecer aquilo que alguns morrem de medo da existência. Esses temem o apego, a dependência, o medo de serem esquecidos, talvez. Possa ser que dentre os míseros e monótonos dias de uma vida, o amor possa ter aparecido  para as almas que outrora citei e essas tenham passado desapercebidas ou deixado escapar, por descuido, o que amedronta mas também tranquiliza. O amor chega. Não há como evitar. Você sente no desencostar dos lábios, no repouso do corpo, no final de uma ligação. Não existem saídas. Agarre com força ou deixe escapar. A escolha inteiramente sua. Se estiver perdido, se tiver receio, aconselho-te seguramente: se o corpo clama, se a alma pede, se os olhos se encontram e a reciprocidade é plena, não deixe em circunstância alguma a felicidade escapar. 

Paulina Oliveira

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