Vertigo: Comparação entre livro e filme
Existem dois tipos de pessoas: As que amam ver filmes e
aquelas que não dispensam um bom livro. Muitos gostam de ambos, mas existem
aqueles que insistem em discutir qual dos dois é melhor do que o outro. É
preciso deixar claro antes de tudo que ambos são mídias diferentes. O que um
filme mostra e o que o livro narra podem divergir em algumas partes, já que
ambos focam em coisas diferentes, objetivos que diferem, mecanismos
distintos. Muitas vezes, é necessário a realização de mudanças para a
adaptação de um livro em filme, já que por vezes os elementos do cinema não
batem com o do livro. Entretanto, a ideia principal, a essência, deve prevalecer em ambos.
Antes de falar sobre o enredo em si, queria deixar claro pra
vocês que esse comparativo não que mostrar qual é melhor do que o outro, mas
sim, explanar o que ambos abordam e de que maneira um difere do outro, os
pontos que convergem e se existe uma diferença gritante entre as duas mídias.
Já falei num post aqui no blog sobre o livro: Vertigo - um corpo que cai, o
qual recebi do grupo editorial autêntica, pelo selo vestígio, e também sobre o
filme que é clássico do cinema. Quem quiser conhecer mais a fundo o que ambos abordam indico a leitura.
Vertigo - um corpo que cai é uma obra escrita em conjunto
por Pierre Boileau e Thomas Narcejac especialmente para Alfred Hitchcock. O
livro foi publicado em 1954 e foi adaptado para o cinema pelo mestre do
suspense em 1958. Logo, a história do filme foi baseada nesse romance escrito
por Boileau-Narcejac. De um modo geral, o enredo de Vertigo é sobre um detetive aposentado devido a sua acrofobia (medo de lugares
altos), que após um pedido de um antigo colega de faculdade, investiga sua
esposa, Madeleine, a qual acha que pode estar possuída por alguém que já
morreu, já que ultimamente a mesma parece ficar ausente, distante, como alguém
que não conhece.
As primeiras impressões que senti no livro foram iguais às
do filme. Personagens de forte personalidade, uma aura de muito mistério e um
desenrolar cadenciado. Assim como as semelhanças, as divergências foram
claramente percebidas. A cidade que a trama acontece no filme é em São
Francisco, já no livro tudo ocorre em Paris. Entretanto, isso não mudou muito
no decorrer da história. Algumas cenas do filme que são realizadas em uma
igreja, cemitério ou rio, não são diferentes do livro, exceto pelos nomes, já
que se tratam de cidades distintas.
O nome dos personagens me chamou bastante atenção, já que
são marcas registradas dos personagens, e algo que acreditava ser importante
para referenciar o livro ao filme. O detetive no livro se chama Flavières,
no filme é denominado Scottie Ferguson. O amigo do detetive que pede para
vigiar sua esposa se chama no filme Galvin Elster e no livro é Gévigne.
A bisavó de Madeleine ao invés de ser chamada de Pauline Lagerlac é conhecida
como Carlotta Valdes, dentre tantos outros nomes que foram modificados na
trama.
A aparência dos personagens no filme também é um ponto que
pode ser questionado, já que o detetive sempre se referia ao seu amigo de
faculdade no livro como gordo e baixo, quando no filme ele tem uma estrutura
física similar ao do marido de Madeleine. Uma objeto peculiar para a
história do livro é modificado no filme, que apesar de não alterar o sentido,
fez um pouco de falta para mim e só pude perceber essa mudança no final do
filme. Dentre poucas coisas que foram descritas de um modo no livro e no filme tem um pouco de diferença.
Exceto o que foi abordado nos parágrafos acima, a maioria
das ocorrências, salvo por alguns pequenos detalhes apresentados no filme,
convergem para uma mesma história. O que é mostrado tanto no livro quanto no
filme conspira para uma só explicação da trama e levam para um mesmo final. Eu
diria que mesmo que com meios um pouquinho diferentes, ambos levam para um
mesmo fim. Fiquei até surpresa em como sua grande maioria ocorreu
semelhantemente a outra mídia.
A adaptação cinematográfica é mais esclarecedora, mostra sem
resquícios ao telespectador o que pode ter ficado subentendido nas linhas da
obra escrita. No entanto, o livro traz as mais diversas particularidades que
por vezes são deixadas de lado no filme. O livro é rico em detalhes. O filme é
mais esclarecedor, Os dois trazem alguns traços distintos, mas não perdem o
real sentido da história. Mesmo se tratando de mídias diferentes, os dois
passam a mesma ideia, trazendo muita emoção e mistério para quem assiste ou lê
tamanho clássico. Vale muito a pena conhecer ambos, recomendo!
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