Resenha: Admirável mundo novo

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Um clássico da literatura e considerado uma das primeiras distopias modernas, “Admirável mundo novo” é uma obra que precisa ser lida. Assim como 1984, Farenheit 451 e Laranja Mecânica, esse é um tipo de livro que nos faz refletir sobre um futuro pessimista para a sociedade. Aldous Huxley trouxe na trama críticas à época em que vivia e conseguiu fazer muitas previsões sobre o rumo político e o progresso da ciência.

A narrativa ocorre por volta de 2500, ou “por volta do ano 600 da era fordista”, referência a Henry Ford, inventor de um método de organização do trabalho para a produção em série e da padronização das peças. A técnica transformou os trabalhadores em robôs repetindo o mesmo gesto o dia inteiro. No romance, nos deparamos com a perspectiva tenebrosa de uma sociedade totalitária fascinada pelo progresso científico, uma sociedade desumanizada, desprovida de sentimentos e que aparenta uma eterna felicidade. Um mundo em que as relações pessoais dotadas de sentimento não são aceitáveis.


As relações familiares são inexistentes. As pessoas nascem a partir de uma máquina e o Estado determina a classe social e o papel de cada indivíduo na sociedade. Por se tratar de um governo totalitário, na narrativa aparentemente todos são felizes e aceitam pacificamente o destino traçado para cada um.  Os seres humanos não são mais vivíparos, agora eles são “produzidos” em indústrias especializadas segundo modelos variados, de acordo com tarefas atribuídas a cada indivíduo e condicionados a viver de uma maneira predisposta antes mesmo de vir ao mundo.

Título: Admirável Mundo Novo
Título Original: Brave New World
Autor: Aldous Huxley
Editora: Globo Livros (selo Biblioteca azul)

O livro foi escrito há aproximadamente 70 anos, numa época aparentemente distante, mas que está mais próxima da realidade do que se poderia imaginar décadas atrás. A história mostra o controle de cidadãos a partir do uso de uma droga fictícia chamada soma. "Soma" pode ser entendida hoje por diversos outros vícios, como é o caso das redes sociais, pois possibilita uma conexão com amigos e estranhos próximos de modo falso. 

“O mundo infinitamente amável, muito colorido e aconchegante do soma. Que gentis, que bonitos e deliciosamente alegres todos estavam!” — Aldous Huxley, Admirável mundo novo 

Admirável Mundo Novo nos ajuda a compreender a dimensão dos riscos diante dos avanços científicos com os quais nos deparamos por todos os lados, que põem em perigo o futuro do nosso planeta e também da humanidade. Sem nos dar conta, deixamos  a humanidade de lado e nos assemelhamos cada vez mais à robôs. 

Um verdadeiro bombardeio de metáforas que propõem diversas reflexões. Já leram? Me contem nos comentários!

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